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O lançamento do primeiro smartphone equipado com o sistema operacional Android, em setembro de 2008, provocou um verdadeiro rebuliço no mercado mobile mundial - seja entre os profissionais do mercado, seja entre quem é apenas aficcionado por tecnologia. Pouco mais de um ano após a chegada do HTC G1, da operadora americana T-Mobile, a mesma ansiedade toma conta do mercado brasileiro, que em breve contará com os primeiros modelos equipados com Android nas prateleiras: HTC Magic, Motorola DEXT e Samsung Galaxy.
Mais do que pelas suas qualidades operacionais, invariavelmente elogiadas por quem já teve contato com elas no exterior, o frisson é provocado pelo nome da empresa que está por trás de seu desenvolvimento: o Google.A mais famosa empresa de tecnologia do século XXI investiu milhões de dólares para desenvolver o seu sistema operacional e, assim, fincar de vez a sua bandeira no terreno da telefonia móvel. E há muita gente apostando que o Android pode vir a se tornar o sistema operacional dominante entre os smartphones.
Até então, eram cinco os sistemas operacionais principais: o Symbian, cujo código foi recentemente aberto e é utilizado por várias marcas, notadamente pela Nokia; o Windows Mobile, também usado por diversos fabricantes; o RIM, aplicado nos modelos da Blackberry; o Palm, considerado o mais atrasado de todos; e o iPhone OS, da Apple, que na época de seu lançamento também gerou muita expectativa. O Android também é um sistema operacional aberto (apesar de uma certa polêmica instaurada com relação o Symbian, para ver qual dos dois é mais ou menos aberto), mas o grande diferencial está em sua flexibilidade, ou seja, o fabricante pode customizá-lo da forma que achar melhor.
Além disso, o Android também deve contar com a grande força dos desenvolvedores - desde as grandes agências até as chamadas empresas de fundo de quintal. Para criar novos aplicativos, eles não vão esbarrar nos mesmos limites encontrados no Blackberry, Windows Mobile ou no iPhone, além do fato de que tais aplicativos poderão ser incorporados em um grande número de aparelhos - afinal, a expectativa é que o Android seja adotado por muitos fabricantes.
Em geral, os especialistas concordam que o Android terá uma posição importante no mercado. Para o UOL, o sistema operacional leva vantagem de ser aberto e, com isto, aumentam as possibilidades de configurações por usuários, fabricantes e operadoras.
Entretanto, tal flexibilidade pode gerar customizações que influenciam na exibição (renderização) de páginas Web, colocando um grau ainda maior na complexidade de compatibilização com diferentes smartphones. O UOL é favorável a esta competição entre fabricantes e fornecedores de aparelhos, uma vez que esta deve dar impulso à melhoria constante dos navegadores disponíveis, ressalta Eduardo Maldonado Rosa, Diretor de P&D Arquitetura e Sistemas do portal. Mas, quanto à possibilidade de se tornar a plataforma dominante, as opiniões se dividem. "Acho difícil que ele chegue a tomar o lugar do iPhone, que tem um mercado muito forte, assim como o Blackberry", analisa Marcelo Trzmielina, diretor de mídia da Tesla. Ele aposta em uma espécie de tripolarização.
"O Android deve se tornar o sistema preferido da chamada comunidade geek". Já Ado Fonseca, CEO da Mobi Market, mostra mais entusiasmo com a nova plataforma. "Acho que o Android tem tudo para dominar o mercado, inclusive roubando espaço do iPhone, principalmente por conta do preço". Ele conta que, em sua última viagem à Europa, adquiriu um HTC Hero, equipado com Android. "Sua funcionalidade e desempenho são bastante parecidas com o iPhone. Mas, em comparação com um modelo 3Gs, custava a metade do preço!"
Entre as fabricantes, no entanto, o discurso é de cautela. Mesmo quem apostou as primeiras fichas no sistema, diz que ainda é cedo para fazer prognósticos. "Cinco anos é um período razoável para se ter uma idéia do que vai acontecer", diz Edson Bortolli, diretor de produto da Motorola. Mesma visão tem Hamilton Yoshida, Diretor de Marketing para a Divisão de Telecom da Samsung: "Por enquanto, o Android não será nossa única aposta, vamos continuar oferecendo o mais variado número de sistemas operacionais". A Nokia, por enquanto, não pretende mudar de estratégia. "O Symbian atualmente usado é um sistema que atende as demandas que temos observado de nossos clientes", diz Fernando Soares, gerente de portfolio da marca no Brasil.
A consolidação do Android no mercado traz também boas perspectivas para o mercado de agências digitais e anunciantes, como explica Abel Reis, presidente e COO da AgênciaClick, e também presidente do comitê de mobilidade do IAB. "Trata-se de uma plataforma capaz de suportar uma nova geração de aplicativos dentro de uma arquitetura aberta. Além do surgimento de um amplo mercado de desenvolvedores, isso também deve impulsionar a evolução técnica dos aparelhos e, indo mais adiante, consolidar o celular como ferramenta de uso cotidiano", analisa. "Na medida em que isso aconteça, o interesse dos anunciantes aumentará naturalmente, fechando o que podemos chamar de um ciclo virtuoso de mídia". Que venha o Android, então!